território perus
Queremos manter viva a história do nosso bairro e da nossa comunidade. Somos movidos pela arte, a cultura e o conhecimento, e temos orgulho da nossa condição periférica que está rodeada de memórias, histórias e inspirações.
Perus é um bairro da zona norte da cidade de São Paulo, localizado em uma região que compõe o que a UNESCO chama de "pulmão verde" - espaços que garantem o equilíbrio da temperatura em São Paulo. Junto com Jaraguá, faz parte das regiões periféricas da cidade, que possuem um grande acervo de bens patrimoniais, como a histórica Fábrica de Cimento (1923), a Ferrovia (1914), as Cavas de ouro (1600), os parques Anhanguera e Jaraguá, cinco aldeias indígenas Guaranis (1960), o simbólico Cemitério Dom Bosco (Vala Comum-1964/1984) e o assentamento do MST, além de espaços ressignificados pelos movimentos sociais (2016).
Nosso turismo é o “Turismo de Resistência”, por entendermos as complexidades de morar em um ambiente que por vezes pode parecer degradante, mas que em meio a isso tudo, conseguimos ver a beleza de suas histórias e passar para os turistas o melhor do nosso bairro.
história
O TICP
Devido aos danos proporcionados por intervenções urbanas, especulações imobiliárias e o grande acervo patrimonial existente na região de Perus e Jaraguá, iniciou-se a parceria entre a Comunidade Cultural Quilombaque, o Movimento de reapropriação da fábrica de Cimento Perus e a FAU - USP na criação da TICP - Território de Interesse da Cultura e da Paisagem que tratou de apontar com linguagem técnica todas as particularidades e potencialidade O TICP propõe, um espaço educativo, cultural e colaborativo, reconhecendo o potencial afetivo de produção de conhecimentos sobre as experiências da população, articulando equipamentos, patrimônios culturais e naturais, lugares de memória, formas de participação, diálogos e a produção cultural local.
Com isso esse instrumento traz o reconhecimento dimensional da cidade ao lado das questões econômicas e funcionais indo na contramão do que tradicionalmente pautam-se os modelos de planejamentos urbanos convencionais.
Em 2014, com o intuito de preservar e adequadamente desenvolver o território de modo inclusivo e sustentável, assim como a comunidade e suas histórias, o TICP foi transformado em Lei pelo Plano Diretor Estratégico (PDE) da Cidade de São Paulo como ferramenta de gestão participativa e fomento à educação cultural.
Considerando todo esse contexto houve a necessidade de criar um mecanismo em que fosse possível dar forma, articular e organizar de maneira dinâmica as lutas locais, para que essas memórias fossem acessíveis à comunidade e à população em geral.
O MUSEU E A AGÊNCIA QUEIXADAS
Com isso, a Comunidade Cultural Quilombaque passa a desenvolver dois projetos de incubação o Museu Territorial de Interesse da Cultura e da Paisagem Tekoa Jopo’í e a Agência Queixadas de Desenvolvimento Eco Cultural Turístico, que pela magnitude que tomaram, hoje atuam de forma independente.
origens
OS QUEIXADAS
A nossa história vive em cada pedaço do nosso bairro. Palco de registros históricos, temos "Os Queixadas" que foi o grupo de trabalhadores da Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus que, em 1962, iniciou uma greve que duraria sete anos, a maior da história sindical do Brasil. Atualmente, conta com um Centro de Memória Queixadas (CMQ), que nos mostra o quanto que com sua força e singularidade de organização sindical e social, permanecem na memória do bairro de Perus. Ainda hoje, são apontados como a semente de onde brotaram muitas lutas posteriores. [1]
[1] Informações retiradas diretamente do Centro de Memórias Queixadas
COMUNIDADE CULTURAL QUILOMBAQUE
A Comunidade Cultural Quilombaque, uma organização sem fins lucrativos que nasceu em 2005, por iniciativa de um grupo de jovens em Perus, bairro periférico, região Noroeste da Cidade de São Paulo - cuja realidade representa grande índice de vulnerabilidade social - desenvolvendo ações para consolidar e manter o espaço como um polo de desenvolvimento cultural e educacional na macrorregião de São Paulo, e assim implantar projetos e ações socioculturais, educacionais, econômicas e ambientais, de modo integrado e sistêmico, na perspectiva de empreender um processo de reparação ao acesso a bens
culturais, promover a convivência com a diversidade cultural local, revitalizar, ressignificar e incentivar a criação de novos espaços capazes de abrigar intervenções culturais.
O envolvimento com a arte – forte característica presente no grupo – revelou-se uma alternativa de enfrentamento a situação, proposta na qual rapidamente centenas de outros jovens aderiram agregando múltiplas formas de expressões artística e manifestações culturais caracterizando e legitimando a missão da organização, fomentando uma rede cultural e uma luta em prol do Centro de Cultura, Memória e Lazer do Trabalhador Fábrica de Cimento Perus.
Tendo como missão: “Promover a produção e a difusão, proporcionando aos moradores, principalmente os jovens, a experimentação, fruição e expressão das diversas e diferentes formas de manifestação artístico culturais e empoderar o desenvolvimento social, educacional, ambiental e econômico local sustentável”. Por isso vamos desenvolvendo diversos projetos no presente pleito, sendo eles os mais relevantes:
A elaboração e aprovação no Plano Diretor de São Paulo do TICP - Território de Interesse da Cultura e da Paisagem como um instrumento de planejamento urbano permitiu-se desenhar e implementar diversos circuitos indutores como o projeto do Museu Aberto TEKOA JOPO’Í e as Trilhas de Aprendizagem que tecem e tramam um território educativo. Criação da Agência Queixadas de Desenvolvimento Eco Cultural e Turística, Parceria inovadora do Senac Hotelaria e Turismo na capacitação e certificação de profissionais com o projeto Curso Perus Hospitaleiro, com formação em Hotelaria, Hospitalidade, Nutrição, Gastronomia, Turismo, Empreendedorismo e Desenvolvimento Local.
Congresso Internacional do Lazer - um processo de imersão intensiva no território de um grupo de 60 estudantes, vindos de 15 países participantes da atividade Field School que compõe e antecede a programação do “Congresso Internacional de Lazer” que aconteceu no Sesc Pinheiros em agosto de 2018.
Comunidade Cultural Quilombaque faz parte de diversas redes no território e na cidade de São Paulo, dentre elas estão:
- REDE “VIVA PERIFERIA VIVA”
- MOVIMENTO DE REAPROPRIAÇÃO DA FÁBRICA DE CIMENTO DE PERUS
- UNIVERSIDADE LIVRE COLABORATIVA
- CENTRO DE DEFESA EM DIREITOS HUMANOS CARLOS ALBERTO PAZZINI
- MOVIMENTO CULTURAL DAS PERIFERIAS
- REDE CONTRA O GENOCÍDIO
o museu
O MUSEU
Somos o Museu Territorial de Interesse da Cultura e da Paisagem Tekoa Jopo’í, nome no idioma guarani que significa Tekoa - território e Jopo’í - lógica econômica dos povos guaranis: “Quanto mais você doa mais prestígio você tem”. Ele propõe diálogos, conecta movimentos sociais, resgata a memória da região, e divulga as lutas que acontecem no território através de mecanismos vivos de ações coletivas e incentiva a sustentabilidade local. Foram mapeados lugares de interesse da história, do afeto, do ambiente, das lutas sociais abarcados no território Perus e Jaraguá. Assim dá-se os caminhos e narrativas em forma de Trilhas Educativas que possibilitam diferentes percursos e olhares educativos e culturais por meio de seus atrativos e dinâmicas.
A AGÊNCIA QUEIXADAS
A AGÊNCIA QUEIXADAS
Para organizar e dinamizar as Trilhas Educativas promovidas pelo Museu Territorial e apontar sobre como abordar o TICP, nasce a Agência Queixadas de Desenvolvimento Eco Cultural Turístico que oferece uma proposta pedagógica que proporciona uma experiência prático-educativa encantadora, proporcionando valores que dão conta de multidimensionalidades ao abordar as diferentes possibilidades de leitura da realidade, da cidade e de um novo fazer cultural. A Agência Queixadas é o mecanismo que difunde a problematização trazida pelo Museu Tekoa Japo’í de se pensar uma mudança da realidade e bem como novas possibilidades de experimentação da periferia como um manancial cultural rico de formas, cores, saberes, sabores, e o reconhecimento da alta importância de se ter conhecimento.
O objetivo dela é que os moradores consigam se organizar de tal forma que os trabalhos desenvolvidos se tornem auto-sustentáveis, ao ponto de morar e trabalhar no bairro, sendo assim, Perus deixará de ser apenas mais um bairro dormitório, pois acreditamos no turismo no lazer, e na memória como forma de emancipação cultural e financeira.
venha conhecer
Queremos que você nos visite e aprenda sobre diversas histórias que nos inspiram. Clique no botão abaixo e faça um orçamento com a gente!